O 8 de Março e o drama diário enfrentado pelas mulheres vigilantes

Idealizado como um dia de reflexão e luta, o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, firmou-se também como uma data de celebrações.

Mas, por parte das mulheres vigilantes, há algo para celebrar?

Vejamos!

Desde o momento de sua contratação a vigilante sofre diversos tipos de desrespeito, seja por parte da empresa contratante, por parte da empresa de vigilância ou por colegas de trabalho do sexo masculino.

Por todo o país não são poucos os casos de assédio sexual que as vigilantes sofrem por parte dos colegas de trabalho, supervisores e até de clientes.

Mas não para por aí. Em muitos postos os vigilantes agem de maneira sexista e se recusam a trabalhar ao lado de mulheres por considerá-las fracas.

Cometem violência psicológica, humilham, desmerecem, fazem pouco caso.

Por parte de contratantes e empresas de segurança a violência não é diferente: em muitos postos não há banheiros adequados, não há armários e nem locais adequados para as refeições.

Mas o pior acontece quando uma vigilante fica grávida: sem qualquer cerimônia essa profissional passa a ser vista por todos como um problema.

Tomadores de serviço, empresas de vigilância e colegas não a querem por perto.

Não há suporte, respeito e nem diálogo. Em muitos casos essa vigilante é forçada a pedir demissão.

O Sindicato dos Vigilantes de Barueri entende que mais do que nunca é preciso respeitar e proteger as mulheres vigilantes, proteger sua saúde mental, proteger quando ficam grávidas.

Essa proteção é urgente e só será possível se estiver fundamentada pela Convenção Coletiva de Trabalho, a ferramenta mais importante de defesa do trabalhador.

A participação nas lutas e a representatividade em sindicatos e entidades de classe é um caminho.

Grupos só de mulheres no Whats App e no facebook podem ser o pontapé inicial para essa virada de jogo.

Apenas unidas e fortalecidas as mulheres poderão enfrentar as dificuldades diárias e acabar com as situações de assédio e desrespeito.

Apenas assim as vigilantes poderão de fato comemorar o 8 de março.