No Dia Internacional da Mulher desrespeito e assédio ainda se mantêm no setor da segurança privada
Neste domingo, dia 8 de Março, será comemorado mais uma vez o Dia Internacional da Mulher.
É uma data festiva, certamente. Mas é impossível falar sobre o Dia Internacional da Mulher sem mencionar as dificuldades enfrentadas pela mulher vigilante.
Hoje o número de mulheres na segurança privada ultrapassa 53 mil profissionais, cerca de 9,7% do efetivo nacional. São funções com graus de dificuldades tão altos quanto os enfrentados pelos homens.
Elas estão em locais onde há maior concentração de famílias e crianças, como os shoppings centers e até hospitais, e onde há pessoas mais fragilizadas.
Sua inteligência emocional permite sutileza e suavidade nas abordagens, flexibilidade e facilidade na construção de relacionamentos com o público.
Mesmo com tudo isso as mulheres vigilantes ainda tem de enfrentar ambientes inadequados de trabalho, assédio sexual, moral e psicológico, e principalmente desrespeito em casos de gestação.
Ambientes inadequados são aqueles postos de trabalho expostos ao sol e chuva, sem um banheiro limpo, sem um banco para sentar, sem cozinha para as refeições, entre outros.
Já o assédio dispensa apresentação. São ações diárias de importunação. Mulheres enfrentam esse problema rotineiramente e infelizmente empresas e tomadores de serviço quase não tomam medidas para cessar.
Mas o grande problema mesmo da mulher vigilantes surge quando ela fica grávida. A partir desse momento a profissional se torna um “problema”, tanto na visão do contratante como do tomador de serviço, que as enxergam como um estorvo.
A partir daí a profissional é transferida e passa a ser remanejada para outros postos de trabalho, muitas vezes para locais distantes de sua casa. Até que em algum momento é vencida pelo cansaço e pelo abalo psicológico e pede demissão.
Dificilmente uma vigilante grávida que começa a ser remanejada por estar grávida é mantida na empresa.
E qual é o caminho para esses e outros problemas enfrentados pelas mulheres?
Para a diretoria do Sindicato dos Vigilantes de Barueri é preciso trazer à tona a discussão. Colocar o problema na mesa e tratar do assunto abertamente.
A etapa seguinte é garantir os direitos das mulheres vigilantes por meio da Convenção Coletiva de Trabalho, uma das mais importantes ferramentas do trabalhador.
Para o Sindicato, não há solução mágica. É preciso discutir, propor, insistir.
O mercado da segurança privada é composto – na sua maioria – por homens. E cabe aos empresários empatia e respeito para com as profissionais.
Por parte de supervisores, vigilantes e clientes cabe a conscientização sobre a importância do respeito às colegas.
Se mulheres não forem respeitadas e tratadas com dignidade não há que se falar em respeito com ninguém.
Que neste dia 8 de Março as mulheres vigilantes possam obter das empresas de vigilância, dos contratantes, dos vigilantes e dos clientes mais respeito.
Só assim o Dia Internacional da Mulher fará algum sentido.