O Dia da Mulher nada vale se falta respeito às profissionais da segurança privada
O mundo comemora nesta quarta-feira, 8 de março, mais um Dia Internacional da Mulher.
A data é importante porque leva à reflexão sobre as lutas e conquistas das mulheres, principalmente por igualdade e respeito ao longo da história.
Mas há tempos o respeito à mulher passa longe da Segurança Privada.
Diferentemente de outros segmentos profissionais, no setor de vigilância homens e mulheres se equivalem em direitos e salários. Méritos da Convenção Coletiva da categoria, claro.
Mas sobram denúncias de assédio moral e sexual por parte de colegas de trabalho, supervisores, empregadores e até de tomadores de serviço.
Começa pelos postos inadequados para que a mulher exerça seu trabalho com dignidade. Muitas vezes sem o mínimo de estrutura como água ou banheiro.
Passa pelas situações em que o colega ou supervisor faz piadas incômodas, constrangedoras, de cunho sexual ou avança para ameaças, ofensas e agressões físicas e psicológicas.
E descamba de vez quando uma vigilante está gestante.
Daí, na visão de contratantes e prestadores de serviço, ela deixa de dar lucro e se torna um estorvo.
As empresas a jogam de um lado para outro, muitas vezes mandam para postos perigosos, insalubres e longe de casa, para forçar um pedido de demissão.
A realidade é que no momento em que mais precisa, que deveria ser transferida para um posto mais próximo de casa, seguro, desarmado, sem necessidade de colete à prova de balas para não apertar a barriga, ela não tem essa garantia.
O respeito à vigilante tem que ser uma bandeira de cada um de nós.
Essa consciência precisa nascer – antes de tudo – dentro dos sindicatos, com garantias previstas em Convenção Coletiva, para que sejam cumpridas por funcionários, tomadores de serviços e terceirizadas.
Discurso bonito não adianta nada.
RESPEITO ÀS VIGILANTES!
Tratá-las com dignidade, garantindo sua segurança e bem estar é o mínimo que empresários, sindicatos, tomadores de serviço e vigilantes podem fazer.
Melhor do que oferecer flores, presentes ou qualquer homenagem inútil.
Amaro Pereira é diretor da CNTV e presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri