Copa do Mundo empregou 50 mil vigilantes

Atuação positiva do modelo de segurança aplicado nos estádios expandiu perspectivas para inserção da categoria na cobertura de grandes eventos esportivos.

A Copa do Mundo deste ano deixou um legado positivo para a economia do Brasil e trouxe a vantagem da contratação de vigilantes para a segurança dos jogos realizados nas cidades-sede. Cerca de 50 mil profissionais foram escalados pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) para atuarem nos estádios. A experiência foi um sucesso e graças ao esforço de sindicatos, como o dos Vigilantes de Barueri, a categoria teve a oportunidade de prestar serviço a uma grande competição.

Antes do início da Copa, houve negociações entre sindicatos e empresas contratadas para o evento visando garantir os principais cuidados e interesses da categoria, como remuneração digna, treinamento adequado, alimentação de qualidade, jornada justa, entre outros.

“Os sindicatos se uniram e trabalharam juntos para que postos de trabalho fossem disponibilizados aos profissionais. Além disso, lutamos para que a categoria tivesse todos os cuidados possíveis de saúde e proteção à vida”, ressalta Amaro Pereira, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri.

Com isso, após intensas negociações e das reivindicações da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) junto à FIFA, dois diretores de cada sindicato das cidades-sedes foram credenciados para acompanhar o funcionamento da segurança privada nas arenas, além de verificar as condições de trabalho dos vigilantes e o cumprimento das obrigações trabalhistas.

Para atender os direitos dos vigilantes e estabelecer regras para a atuação destes no Mundial, a CNTV assinou um protocolo nacional que possibilitou que cada sindicato firmasse um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ou Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Sobre os requisitos exigidos pela FIFA para trabalhar no evento, cada profissional, além de possuir, no mínimo, ensino fundamental, precisou ter a formação de vigilante privado e fazer um curso de especialização exigido pela Polícia Federal, de 50 horas de duração, que custou de R$ 200 a R$ 300.

Atuação de vigilantes nas arenas foi considerada exemplar e garantiu segurança reforçada

O modelo de segurança adotado no Mundial teve saldo positivo e abriu novas perspectivas para o crescimento da demanda dessa modalidade de trabalho na área esportiva.

Há mais de dois anos, os trabalhadores reivindicam conquistar espaço nos grandes eventos com a perspectiva de uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional. No ano passado, houve tratativas para a participação dos vigilantes na cobertura da Copa das Confederações, mas não houve sucesso.

“O alto desempenho de vigilantes na Copa do Mundo provou que a categoria tem capacidade de atuar em eventos esportivos de grande porte”, destaca Amaro Pereira.

II Seminário Geral de Segurança para Copa do Mundo da Fifa Brasil

Antes do início da competição, nos dias 24 e 25 de fevereiro, o presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura Santos, Amaro Pereira e outros representantes de sindicatos de vigilantes das cidades-sede, participaram do II Seminário Geral de Segurança para Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Durante o encontro, os participantes foram informados sobre a contratação temporária dos vigilantes e os sindicatos também solicitaram a concessão de garantias e direitos mais avançados aos profissionais, por serem temporários, e pelos riscos que a condição de trabalho oferece.

Veja outras fotos da atuação dos vigilantes na Copa de 2014 aqui.