Centrais Sindicais defendem liberdade de Lula e falam em perseguição política
A prisão de Lula é encomendada e visa influir, de forma espúria, no processo eleitoral de 2018. O ex-presidente é punido por suposto crime, mas condenado por, ao longo de sua vida, ter se alinhado à classe trabalhadora, aos movimentos populares e às forças democráticas.
Esse é o pensamento majoritário do sindicalismo, expresso em Nota conjunta das Centrais, distribuída na noite da quinta (5), após expedição do mandado de prisão contra o ex-presidente pelo juiz Sérgio Moro.
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA:
Nós, sindicalistas das Centrais Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CSB, apoiamos e nos solidarizamos com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Consideramos a decretação de sua prisão uma medida radical que coloca a sociedade em alerta.
Vivemos no Brasil, nos últimos anos, um clima de perseguição política, que tem como pretexto o combate à corrupção, mas cujo objetivo maior é extirpar do jogo político qualquer programa que valorize a área social, o trabalho e a renda do trabalhador, e uma pauta progressista desenvolvimentista.
Mais do que isso, estamos certos de que o objetivo real deste processo é tirar o ex-presidente Lula da disputa eleitoral. O fato de ter sido a tramitação mais célere da história do Judiciário evidencia o teor persecutório da ação.
Questionamos de forma contundente o fato de o ex-presidente ter sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região sem a apresentação das provas do suposto crime.
Ressaltamos a trajetória de resistência e luta democrática do ex-presidente Lula, da sua fundamental contribuição à luta contra a miséria, o desemprego, a discriminação que marcou toda sua vida pessoal e política, como sindicalista, deputado, dirigente partidário e como chefe de Estado, quando foi responsável por uma incontestável melhoria das condições de vida e trabalho para milhões e milhões de famílias brasileiras.
As injustas condenação e prisão do ex-presidente Lula alimentam a divisão do País e o mergulha na insegurança, o que não colabora para a superação da grave crise social, política e econômica a que estamos submetidos. Queremos a liberdade do ex-presidente Lula, até como forma de garantir que o processo eleitoral de 2018 seja limpo e democrático, via essencial para que possa prevalecer nossa plataforma democrática, dos direitos trabalhistas e sociais e do desenvolvimento de nosso País.
São Paulo, 5 de abril de 2018
Assinam o manifesto Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical; Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores; José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores; e Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros.