Amaro Pereira: Federação dos Vigilantes (Fetravesp) precisa avançar no processo de negociação coletiva

Amaro Pereira
Presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri

O estado de São Paulo tem 24 Sindicatos de Vigilantes, entre eles o nosso, de Barueri. Na Campanha Salarial, cada Sindicato define suas pautas prioritárias e apresenta à Federação dos Vigilantes (Fetravesp). A Federação é responsável por organizar a definição de uma pauta única e dar encaminhamento às reivindicações da categoria junto ao Sindicato Patronal.

Temos sido muito duros, muito críticos a algumas ações da Fetravesp, mas no sentido de construção, de aperfeiçoamento para a categoria. Acima de tudo, sou vigilante.

Aqui em Barueri, nosso Sindicato tem aprovado boas pautas para a Campanha Salarial, que representam os anseios da categoria. Mas quando a gente vai para a Federação, responsável pelas negociações coletivas junto ao setor patronal, o jogo muda. A gente percebe que algumas pessoas têm dificuldade de enfrentar o setor patronal. Este é um caminho errado. Ou a gente mostra para o que viemos ou vamos ser engolidos pelo Sindicato Patronal.

É lamentável que, na negociação coletiva, alguns presidentes de Sindicatos não têm defendido aquilo que a base aprovou, defendem apenas o que o presidente da Federação quer. Isso tem gerado perdas significativas. Para mudar essa realidade, é fundamental uma participação maior do trabalhador junto a seu sindicato.

Uma das principais críticas é que o presidente da Fetravesp não tem sido transparente nas negociações coletivas, e não se abre ao diálogo, não está ativamente presente junto à categoria. Ninguém conhece o presidente da Federação. O trabalhador não conhece o cara que é o mandatário da segurança privada no estado. Precisamos ter mais transparência, mais lisura nesse processo e democraticamente envolver todos os trabalhadores.

Esse modelo como a Federação tem conduzido o processo de negociação coletiva está fadado ao fracasso. Tem mais de 20 anos que o vigilante não tem ganho nenhum. Esse modelo de conduzir o processo não está funcionando e a gente precisa entender que é preciso avançar.

Se nós sabemos que há mais de dez anos a categoria não tem um reajuste salarial (com ganho real, acima da inflação), aperfeiçoamento da jornada 12×36, 25% de gratificação para o vigilante bancário… Não podemos colocar isso em uma pauta e não defender.

Esse modelo como a Federação tem conduzido o processo de negociação coletiva está fadado ao fracasso. Tem mais de 20 anos que o vigilante não tem ganho nenhum. Esse modelo de conduzir o processo não está funcionando e a gente precisa entender que é preciso avançar.

Repito que as críticas são construtivas, no sentido de fazer nossa categoria ser valorizada, o que não tem acontecido. Afinal, acima de tudo, sou vigilante. E com muito orgulho!