Após assembleia, vigilantes do Distrito Federal decidem entrar em greve

Vigilantes do Distrito Federal entraram em greve nesta quinta-feira, 1º/3. A paralisação foi decidida na noite desta quarta-feira, 28/2, durante assembleia. A categoria representa cerca de 20 mil trabalhadores e as atividades ficarão suspensas por tempo indeterminado.

Os profissionais reivindicam dos patrões aumento de 7% e manutenção de todas as cláusulas da convenção coletiva. De acordo com o deputado distrital Chico Vigilante (PT), a data-base era no início de janeiro, mas as negociações sobre o reajuste e a discussão a respeito das condições de trabalho não ocorreram. “A categoria não aceitou a proposta das empresas de dividir os R$ 34 do tíquete alimentação: metade seria paga em dinheiro, e o restante, em cesta básica”, informou o parlamentar.

PROBLEMAS ANTIGOS

Os problemas entre vigilantes e as empresas não são recentes. No mês passado, por exemplo, os trabalhadores fizeram uma paralisação cobrando o pagamento do salário referente a dezembro, que deveria ter sido repassado no quinto dia útil de janeiro. Em agosto de 2017 os vigilantes fizeram outra paralisação, dessa vez por causa do atraso no salário de 3,5 mil profissionais, que deveriam ter sidos depositados até quinto dia útil. Empresas alegaram atraso de repasse do governo do DF para explicar o problema.

O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores no Distrito Federal (Sindesp-DF), Luis Gustavo Barra diz que tentou negociar com os grevistas 21 vezes só neste ano. Ele defende que o ganho real solicitado pelos profissionais é bastante superior ao Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de janeiro a dezembro de 2017. “O IPCA de 2017 é de 2%”, pontua Barra.

UNIÃO E FORÇA

De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri, Amaro Pereira da Silva, as paralisações no Distrito Federal e no Rio Grande do Norte acontecem porque há uma forte resistência dos trabalhadores desses Estados contra a retirada de direitos.  Ele afirma que a mobilização pode até se espalhar pelo restante do país, desde que haja organização e consciência dos trabalhadores sobre a importância de não aceitar pautas absurdas como as apresentadas pelos patrões.

Amaro defende que só com a participação de todos é possível fortalecer a luta. “Muitos vigilantes ainda não compreenderam a gravidade dessa reforma Trabalhista. Assim como nossos companheiros dos outros Estados, precisamos ter unidade para brigar pelos nossos direitos”, finaliza.