Por que acordos conduzidos pela Federação favorecem vigilantes da orgânica, mas não os da segurança privada?

Com mais uma Campanha Salarial próxima de seu desfecho uma pergunta não sai da cabeça dos profissionais de vigilância: por que os acordos conduzidos pela Federação favorecem vigilantes da segurança orgânica, mas não beneficiam os vigilantes da segurança privada?

O assunto tem causado polêmica junto à categoria.

Nos anos de 2016 e 2017 a Federação dos Vigilantes do Estado de São Paulo (Fetravesp), juntamente com alguns outros sindicatos, assinou uma Convenção Coletiva para os vigilantes da segurança orgânica. Essa convenção trazia benefícios que não estavam – e até hoje não estão – disponíveis para os vigilantes da segurança privada, como biênio de 5%, desjejum (café da manhã), cesta básica obrigatória no valor de R$ 203,19 e vale-refeição de R$ 10 por dia (sem desconto), entre outros.

E por que essa Convenção Coletiva não é estendida aos vigilantes da segurança privada?

É uma pergunta difícil de responder, entretanto, a diretoria do Sindicato dos Vigilantes de Barueri defende que os benefícios deveriam ser estendidos a todos os vigilantes, sejam eles da segurança orgânica ou da segurança privada.

“Será que alguns vigilantes não são dignos de receber salário justo e bene­fícios decentes?”, questiona a diretoria do Sindicato.

Veja na tabela abaixo as discrepâncias de salários e benefícios dos profissionais:

“Sem o biênio hoje o profissional entra vigilante na empresa e morre vigilante”

O biênio é uma gratificação paga aos vigilantes – no valor de 5% do salário – a cada 2 anos de trabalho na mesma empresa. Seu objetivo é diferenciar o profissional que está a mais tempo na em­presa do recém-contratado e dos novatos. Afinal, não é justo que um trabalhador que está há 5, 10 anos numa empresa ganhe o mesmo que outro que acabou de entrar.

Para o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri, Amaro Pereira, as empresas não diferenciam os vigilantes antigos dos novatos e é aí que entra a gratificação. “É um reconhecimento pelos serviços prestados ao profissional já que nós não temos plano de carreira”, explica. “Sem o biênio hoje o profissional entra vi­gilante na empresa e morre vigilante”, finaliza.

Mas, segundo Amaro, o biênio já é realidade para alguns vigilantes por conta dessa Convenção assinada pela Federa­ção. “Estamos brigando para que todos tenham esse direito”, finaliza.

Veja abaixo a Convenção Coletiva assinada pela Federação e que autoriza o pagamento do biênio aos profissionais da vigilância orgânica.