Plano de Saúde dos vigilantes está sendo trocado por cesta básica, alerta Sindicato

Uma das mais importantes conquistas dos vigilantes nas últimas duas décadas, o Plano de Saúde, está sendo trocado por cesta básica.

Esse é um alerta feito pelo Sindicato dos Vigilantes de Barueri, que não concorda com a prática. A direção da entidade explica que os empresários – para reduzir custos – incentivam a troca e promovem um trabalho de desconstrução dessa cláusula que está presente na Convenção Coletiva da categoria.

O risco, dizem, é que em um futuro próximo o benefício deixe de existir.

De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho dos Vigilantes do Estado de São Paulo, as empresas são OBRIGADAS a fornecer assistência médica hospitalar para os profissionais de vigilância e seus familiares. Essa assistência médica hospitalar tem que ser de qualidade e com regras previstas pela Agência Nacional de Saúde (ANS).

A desconstrução do Plano de Saúde

Entretanto, algumas empresas têm oferecido Planos de Saúde com qualidade duvidosa e abaixo do que prevê a ANS. Daí, na hora que o vigilante precisa utilizar o serviço, não consegue e começa a achar que não vale a pena mantê-lo. Trata-se de uma desconstrução.

A técnica é proposital para forçar o vigilante a abrir mão do benefício em troca de uma cesta básica. Embora o fornecimento de cesta básica não esteja previsto na CCT, a Convenção permite que em alguns municípios a substituição seja possível.

Apesar de parecer impossível imaginar que vigilantes troquem o Plano de Saúde por Cesta Básica o sindicato patronal – que tem interesse no fim do Plano de Saúde – acaba conseguindo apoio para essa troca até mesmo entre os vigilantes, que serão os mais prejudicados caso a troca aconteça. Esse apoio vem, sobretudo, da parte de vigilantes jovens, muitas vezes solteiros que não têm famílias, e que acham que não precisam deste tipo de proteção.

Direção do Sindicato orienta para os riscos da troca

Por isso o Sindicato dos Vigilantes de Barueri alerta a todos para o risco da troca. De acordo com o presidente da entidade, Amaro Pereira, os vigilantes costumam ficar 10, 12 horas em pé todos os dias e com isso alguns desenvolvem problemas nas pernas e coluna, em articulações, e muitas vezes problemas de varizes.  “Em casos mais graves desenvolvem doenças psíquicas como depressão, síndrome do pânico, fobia, entre outras”, continua.

Já o secretário-geral do Sindicato, Paulo Messias, apesar de todas as falhas o plano de saúde ainda é um benefício muito valioso e trocá-lo por uma cesta básica é uma insanidade.

“Em Barueri, por exemplo, a troca não é permitida. Mas muitas vezes o vigilante trabalha aqui e é transferido para uma cidade vizinha que permite a troca. Então ele acaba perdendo essa proteção”, lamenta.

“Aí, esse profissional vai ter que parar seu tratamento ou terá a saúde prejudicada porque empresários e dirigentes sindicais foram gananciosos”, finaliza.