CNTV vai à Comissão do Senado defender aposentadoria especial dos vigilantes

O presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes e Prestadores de Serviço (CNTV), José Boaventura Santos, participou no início da semana de uma Audiência Pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado que discutiu os impactos da reforma da Previdência na aposentadoria especial dos trabalhadores, entre eles os vigilantes.

Durante sua fala, o sindicalista justificou que os profissionais da segurança privada precisam da aposentadoria especial porque a categoria sofre com os riscos da profissão e com a limitação da idade. “Nós adoecemos com muita facilidade. O trabalho mata. Na nossa categoria os companheiros estão morrendo todos os dias defendendo a vida dos outros, o patrimônio dos outros”, destacou.

Boaventura lembrou ainda que depois dos 40 anos o mercado de trabalho já vai se fechando para os vigilantes. “Ele [vigilante] já não pode mais correr com tanta velocidade, ele não pode ficar em pé as 12 horas que o trabalho exige. Por isso o Congresso Nacional reconheceu em 2012 a nossa profissão como de risco e concedeu a aposentadoria especial”, continuou.

Ele destacou ainda que essa proposta de reforma da Previdência pune os trabalhadores, mas não faz qualquer menção às empresas que sonegam impostos, prática comum no setor da segurança privada. “Não há nesse projeto uma vírgula sequer para cobrar os sonegadores. A empresa quebrou, deu calote e deixou dividas volumosas na previdência e os donos estão por aí muito bem. Pior: são empresas do setor, contratadas pelo governo, bancos inclusive, que continuam sonegando”, defendeu.

Para o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri, Amaro Pereira, a função de vigilante por si só já é danosa para os profissionais. “Muitas vezes os danos não são visíveis, mas eles estão lá”, explicou. Amaro avalia que é quase impossível o trabalhador permanecer várias décadas na função sem sofrer danos físicos e psicológicos. “Hoje o profissional está morrendo por R$ 1.500. É isso que vale a vida de um vigilante?”, questiona.