Bogotá, Medellin e Nova York: não foi a violência o remédio que combateu a violência

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância (CNTV) e presidente do Sindvigilantes/Bahia, José Boaventura, faz uma importante reflexão sobre a violência e os métodos utilizados por outros países para combatê-la.

Segundo Boaventura, não se combate violência com mais violência.

Por José Boaventura

Lamentavelmente algumas pessoas têm embarcado numa grande mentira, ignorância e hipocrisia: aquela estória de combater ou acabar com a violência com mais violência.

Esta cegueira pode ser comparada até com aqueles que incitaram a multidão a condenar Jesus e crucifica-lo, sem saber o que estavam fazendo. É o uso da emoção em lugar da razão.

Então vamos fazer um breve registro para trazer um pouco de luz nesta cegueira.

Falo de duas experiências dos tempos atuais, executadas até por governos de centro-direita (para não continuarem a dizer que a esquerda só defende bandidos) em Nova York e na Colômbia (especialmente Bogotá, Medellin e Cali), que mostraram exatamente o contrário.

Que o que mata a violência, as drogas e a delinquência é o combate à pobreza, investimento na educação, nas políticas para a juventude, na presença do Estado, no aparelhamento (material, treinamento, qualificação, tecnologia) da polícia, no funcionamento de um sistema penal sério e na geração de emprego e desenvolvimento econômicos.

Nenhum outro modelo no mundo moderno, principalmente se baseado no autoritarismo e na violência, foi ou tem sido capaz de diminuir índices elevados de violência.

Basta de hipocrisia.